quarta-feira, 18 de maio de 2011

Assassinato do machismo

Uma garota de 18 anos estrangula o amante para não ser estuprada por ele em um motel. Uma camareira liga para polícia logo após ser assediada sexualmente por um diretor do FMI. Depois, entra na Justiça contra ele e não aceita fiança, exige a pena de prisão máximade 5 anos. 

Aparentemente um excesso, uma violência exagerada contra os homens, é, na verdade, uma revanche incontida. Uma raiva reprimida durante séculos a fio que agora vem à tona com a força de um tissunami. Se o machismo não morre de morte natural, de velhice mesmo, as mulheres o estão assassinando a qualquer custo. É que provavelmente custou muito para elas engolir caladas o abuso de poder masculino.

Namorados e maridos não deveriam nem se espantar se, ao menor sinal de contrariedade, as mulheres ficam umas histéricas descompensadas. É a reação mínima de quem teve de obedecer em silêncio por toda uma eternidade. A submissão obrigatória ficou registrada em nossos genes, bem como a tendência ao autoritarismo está gravada no deles até hoje. E sobrevive a tantas gerações. 

O assédio sexual, encarado como lisonja até pouco tempo atrás, começa agora a ser tratado como merece (e como é, na essência): um poderosa arma masculina de coerção e afirmação do poder do macho.

Não, não sou feminista. Nem defendo assassinatos ou qualquer tipo de violência. Mas, como a maioria das mulheres modernas, quero relações igualitárias, de pessoa para pessoa, ser humano para ser humano, e não de animal para animal. Se o lado mais primitivo do homem ainda encontra brechas para atuar, as mulheres também mostram o dela, medindo forças com a mesma moeda. Parece que todos vamos ter de ficar mais comportados e civilizados. Se não por livre e espontânea vontade, por força da lei.


Bárbara Semerene



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