segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sem palavras

E quando você tenta usar palavras para expressar o que só dá para transmitir com toques? Não sai. Gastrite, dor de barriga, sensação estranha. Tá entalado.

Gestos são pouco pro outro entender. Será que os medos, defesas e inseguranças dele vão deixar passar a informação? Não, muito sutil. E a gente torce pra ele enxergar através.

Não dá pra dizer: vamos transar hoje? Ou: estou louca pra te beijar agora. Muito menos chegar chegando e lascar um amasso. Tenta-se eufemismos. Vamos almoçar? Ou: que tal um café? No máximo uma encostadinha no ombro com um “oi, querido”, que guarda nas entrelinhas um “oi, gostoso”. 

Rezando pra ele não dar uma desculpa. Torcendo pros olhos dele brilharem e você sentir que é recíproco. Fazendo figa pra ele dizer um SIM bem grande com um sorriso largo. Pensamento positivo pra ele descobrir que você não é tão descolada quanto parece e que toda espontaneidade, esse jeito brincalhão serve sõ pra disfarçar a sua insegurança, o seu medo absurdo de demonstrar fragilidade.


texto da Barbara Semere




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